" Que queres tu de mim?"
diz o bolero que toca
no boteco a beira mar.
Na mesa, o copo pela metade....
metade de cerveja, metade de angústia,
metade de buscas, metade de estar.
E me pergunto: que quero eu de mim?
Desfilo no ar minhas loucuras,
minhas atitudes nefastas,
minhas impressões imediatas
do complicado mosaico do viver.
A vida sendo embalada por boleros....
A boca costurada por arames de medo,
os olhos encharcados de lágrimas vermelhas,
as mãos pousadas, os braços cruzados
atitude de resistência a razão.
E tudo que quero é me permitir a liberdade...
Soltar no ar a música suave do vento,
do mar batendo nas pedras, do canto do sabiá.
Soltar gargalhadas de contentamento,
gesticular a dança do tempo,
sorrir com o olhar.
"Que queres tu de mim?"
Não me interessa mais...
Segue teu caminho, me deixa seguir em paz.
Jaz.
Lumar (15/03/12)
quinta-feira, 15 de março de 2012
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