Como donzela à espera do seu príncipe encantado.
Abre suas pernas, seus braços, o coração,
só não abre os olhos.
Entrega-se inteira aos seus vários amantes,
sem nenhum pudor.
Deixa-se levar pelas promessas fáceis,
pelos elogios tolos,
pelas conversas ao pé do ouvido
que a enchem de orgulho e esperança.
Só não percebe que envelhece,
e sua beleza se vai...
Com os maus tratos, com os abusos,
com o abandono,
com a disputa insana de seus amantes
em querer possuí-la e escraviza-la.
Nem os rios que lavam sua alma ficam impunes.
E ela permanece impávida,
aumentando suas cicatrizes,
suas fendas, seu martírio,
na vã esperança do seu libertador.
Santa Irene,
meu amor.
Lumar(28/01/10)
Nenhum comentário:
Postar um comentário