segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Miedo

O medo trava,
enclausura, retrai, mata.
O medo entorpece,
tira fome,
enrosca insone e entristece.
O medo tira o prazer,
de sentir, de ser, de se envolver.
O medo é a sombra,
é a linha tênue entre a sanidade e a loucura.
O medo é o impulso,
é o repuxo, o encolhimento.
O medo faz calar,
faz não querer, faz se perder.
O medo faz refém.
O medo de ser ninguém.

Lumar(27/12/08)

Confabulações Bruxológicas

Eis que estamos aqui!
Entre tragos e goles de cerveja,
Petiscos e bom papo.
Olhos espreitam
Silenciosos, passageiros, misteriosos....
Nada precisa ser revelado.
Nada precisa ser calado.
Eis que nos encontramos
No encantamento de fadas e gnomos.
E que fazemos da vida,
a mágica das palavras em poesia.
Que tornamos o impossível,
passível de ser vivido.
Que tornamos o distante,
o mais tangível, o mais táctil, o mais real.
E por um triz,
Vivemos o tênue limite do amor e ódio.
Humanos que somos!
Falíveis que somos!
Superáveis que somos!
Sujeitos as intempéries, ao efêmero.
Nada temo? Nada temes?
E... Vulneráveis.... Frágeis....
Surpreendemos na reviravolta,
Dando a volta, virando esquina,
retomando a vida por outro caminho.
Sim!! Queremos a chance de fazer valer nosso viver!
Fazendo juz a quê viemos,
Viver feliz pelo simples fato de estar vivo.

Lumar e Andrea Imbiriba (27/12/08)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Momento: um instante que a vida transforma em saudade.

Lumar(21/12/08)
Se embolássemos a linha do pensamento,
e transformássemos o curto espaço de tempo,
em linha atemporal.

Se abandonássemos nossos casulos,
e voássemos sem escudos,
com a pílula azul.

Se nos tornássemos mais que seres em extinção,
idéias em profusão, simbiose, mutação.

Se conseguíssimos voar além do espaço e tempo,
além de nossos próprios pensamentos,
seríamos enfim, um ser fatal.

Lumar(22/12/08)

Viagem

Tua língua percorre meu corpo,
Como se fosse as águas do rio
a lavarem a minha alma;

Me leva ao paraiso
E me transforma
No que de mais importante
existe na terra.

Tuas mãos passeiam em minha pele
como o vento que acalma o meu cansaço
depois de uma longa jornada.

Teus olhos me transmitem paz.

Marquinho Mota

Básica

O corpo pulsa
E a vida passa.
Passado, presente, futuro,
Sempre presente em nossas vidas,
No imperfeito do pretérito mais que perfeito.
A vida pulsa
E precisamos permanecer vivos
Até o dia da nossa morte.
E tenho dito.

Marquinho Mota

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Crianças ao pôr do sol

De repente tudo ficou brilhante,colorido,vibrante.
De repente o som se fez mais cristalino,
O sorriso espontâneo.
O brilho no olhar a cada descoberta,
O grito de alegria a cada surpresa.
Como por encanto o mundo ficou mais tolerável.
A magia da inocência, magia do crer,
Magia de aceitar tudo como realmente é.
Sonhos que cabem em um dia, em horas.
Felicidade traduzida em presentes.
Vida infinitamente feliz.

Lumar(16/12/08)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Cain- dô

Inveja teu nome é frustração,
por não ter pisado na lua primeiro,
por não ter inventado o fogo,
e não ter criado orion e o escorpião.

Inveja teu nome é medo,
de não saber viver simplesmente,
de não ter nada na mente,
de não saber voar além das asas.

Inveja teu nome é ódio,
de tudo que é diferente,
de tudo que é puro,
de tudo que é livre.

Inveja teu nome é desamor.
Vive com dor na consciência,
Sem ciência,
Inutilmente.

Inveja teu nome é medo,
da verdade,
da poesia,
da magia,
de viver.

Inveja teu nome é Ronaldo.
E eu quero ver você me demitir da minha vida.

Inveja, volte para o fundo das tuas minas de carvão.

Marquinho Mota

Para João Luca do Titi


A lata do João,
Tem moeda e tem tostão.
Tem cruzeiro e tem milhão.
E é de onde o papai comprou o pão.
A lata do João,
onde a vovó passou a mão.
Me deve R$6,00 mais a inflação.
Quer saber: Não tem nada não.
Porque a lata do João
É um lugar de comunhão.

Marquinho Mota

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Teus seios rijos chamam,
minha boca ávida delicia.

Meu membro duro quer,
tua boca quente dá.

Tua xoxota úmida pede,
minha língua sedenta bebe.

Teu corpo quente pulsa,
meu corpo faminto come.

Teu mar seco pede,
meu gozo pleno te invade.

Tua alma, viva,
minha alma, acalma.

Marquinho Mota.
Entre nós, o nada.
Entre nós, abismo.
Entre nós, solidão.

Entre nós, resquícios.
Entre nós, o vício.
Entre nós, tesão.

Entre nós, o medo.
Entre nós, perigo.
Entre nós, paixão?

Entre nós, caminhos.
Entre nós, destino.
Entre nós, senão....

Entre nós, a noite.
Entre nós, Lenine.
Entre nós, nós dois.

Lumar (05/12/08)

Shiiiiiiiiiii

E agora?

Te encontrar é um “risco”,

Teu beijo é um vício,

Te querer é constante.

Que fazer?

Correr na rua,

Esbravejar, gritar, enlouquecer???

Chutar o pau da barraca,

Aceitar meus sentimentos,

Correr pro teus braços

e deixar o mundo correr?

Confesso que não queria nada disso.

Só queria um pouco de emoção.

Mas meu coração desandou,

Sambou um samba diferente,

Me fez refém de teus braços,

De teus beijos e dos meus desejos.

E agora?

Fazer o quê?

Lumar (10/12/08)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

ILUSÕES DO AMANHÃ

ILUSÕES DO AMANHÃ

'Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim, que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar,
Sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um, o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo, que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer, eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.

PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE) aluno da APAE, chamado, pela sociedade, de excepcional..
Ele tem 28 anos, com idade mental de 15.
Se uma pessoa assim acredita tanto, porque as que se dizem normais não acreditam?
É por isso que são chamados de Especiais, só uma pessoa especial pode escrever desta forma.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Faz algum sentido?

Não consigo dormir, não consigo desacelerar o pensamento.
Não consigo colocar as idéias em ordem, as contas em dia, nem o ar nos meus pulmões.
Não consigo sentir o sabor do seu beijo, nem o calor dos seus braços, nem ao menos um aperto de mão.
Não consigo o gozo gostoso, o riso depois do choro e nem o vislumbrar da manhã.
E a minha vida sem sentido de ser....
Deve haver, algum sentido em viver.


Lumar(02/12/08)
Tecendo redes e rendas de ilusão e sentimentos,
enredados que estamos nesta trama de Hitchcock.
Procurando saídas, sem saber o que nos espera do outro lado da porta.
Sem saber o que nos resta fazer com a intensidade da luz.
Procurando saídas pelas trilhas e encruzilhadas,
Procurando respostas em Tábuas de línguas mortas,
Em tarôs, búzios e até nas mãos.
Buscando uma saída oculta que renda um pouco de ilusão.
Sem imaginar que as respostas se encontram,
no enredado enredo da vida,
como num samba de Noel.

Lú e Marquinho Mota
Difícil é saber o que te espera,
Atrás do muro, atrás da grade, no fim do túnel.
Difícil é saber se a história se repete,
Se o horizonte é tão distante quanto o teu sorriso.
Difícil é definir exatidão.
Exatidão de sentimentos.
Difícil é imaginar se me reconheces.
Difícil é dizer que a noite vem depois do dia,
Que o sorriso vem depois do choro,
Que tudo começa como termina.

Lumar (28/11/08)
Tem sangue no colchão,
Tem gota de suor nas minhas mãos,
Tem um doce no sabor da ilusão.

Tem a vontade ir
onde nunca fomos.
Tenho saudade de coisas que desconheço,
Tem vontade de ser o que somos.
Tem um pedaço de pão pra mim?

Tem notícias presas no ar,
Tem uma vontade louca de me calar,
Tem falta aguda de caviar,
Tem alguém que eu possa amar?

Tem roupas jogadas pelo chão,
Tem corpos soltos no ar,
Tem copos secos no balcão,
Tenho vontade de chorar.

Tem um louco na minha rua,
Tem um dragão dentro da lua,
Tem uma santa em meu altar,
Tem a última ponta pra matar.

Marquinho Mota
Quem falou que eu quero dar exemplo?
Quem disse que eu sou um bom exemplo?
Por exemplo: Quem foi o idiota que decidiu me seguir?
Seguir o modelo,
Aquilo que está no espelho.....
Espelho é o caralho!
O importante é derrubar os mitos.
Que belo exemplo é esse que eu tenho no espelho?
Tome qualquer coisa,
Só não tome como exemplo.

Marquinho Mota

Ab - sinto, Ab - sorvo

Vou voltar para o outro lado do rio.
Lá eu tenho paz e não sinto o frio
da solidão que a tua falta me faz.

Mas não hoje.

Hoje quero a noite como companhia,
quero escrever poesias a luz da lua,
e tomar absinto com as fadas e gnomos
que moram no meu quintal.

Um dia eu vou voltar para o outro lado do rio;
Lá onde as mãos que me tocam são quentes,
E as pessoas que me cercam são boas.

Mas esta noite não.

Quero hoje, comer o pão que o diabo amassou,
que é pra quando eu estiver do outro lado,
Eu saiba apreciar o manjar que o teu amor há de me oferecer.

Vou voltar em breve.

Marquinho Mota

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Negação

O que sou, o que serei?
Hoje, indiscutivelmente, não sei.
Estou onde estou, vivo tudo nesse momento,
Mas não faço parte disso.
Sou apêndice, sou aparte, entre vírgulas.
Realidade paralela.
Sou uma ilha em que posso ser o que não sou,
Sentir o que não sinto,
Dizer o que não vivo,
Ouvir o crivo do meu crivo.
E que dizer de tudo?
Não sou eu, não sou o que sinto, não vejo o que vejo,
E não vivo absolutamente nada.

Lumar(30/11/08)