terça-feira, 14 de setembro de 2010

Avarandado

Sentada na varanda do rio,

observo a vida que se faz lá fora.

Entre folhas, areia, barcos e caminhos

homens passam sozinhos

os obscuros tentáculos do prazer.

Inconfundíveis os risos,

escaldantes os sentidos do ser.


Sentada na varanda do rio,

com o sorriso do gato de Alice escancarado no céu,

me pego imaginando o quanto meu sorriso

se escancararia em tua boca vermelha,

sem o molde desses sorrisos

plastificados, brancos e patéticos

de políticos corruptos, rotos e desonestos.


E continuo sentada na varanda do rio,

observando o mundo adverso.

Lumar (14/09/10)

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