terça-feira, 30 de junho de 2009

Quarto de horas

E a minha mão pousada sobre teu corpo,
no instante torto.
E a minha boca busca o gosto
e o som do teu querer.
E o corpo, como um louco,
busca o compasso do prazer.
A lua como testemunha,
e o vento leva nossos sonhos e sons.
O tempo passa, transformando
o momento de viver,
em quarto de horas
enquadrado no pensamento.
E nossos enlaces,
em nós estão.

Lumar(30/06/09)

Cumulus limbus

Então tudo se fez cinza.
Amargo, intragável,
insuportavelmente real.
Diante meus olhos a sombra da exclusão.
Cinza chumbo,
SOLIDÃO!
Devastadoramente a tempestade
em meus passos tropeça.
Afogo - me em mágoas, lembranças,
recordações funestas.
Então o céu escureceu...
até não perceber se era cinza ou breu.

Lumar ( 30/06/09)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Des-equilibrio

Voce whisky, eu cerveja.

Eu noite, voce dia.

Voce realidade, eu sonho.

Eu promessa, voce verdade.

Voce sensatez, eu insanidade.

Eu poesia, voce música.

Voce jazz, eu rock.

Eu lua, voce estrela.

Voce rio, eu mar.

Eu ying, voce yang.

Lumar(23/06/09)

Eu me levanto.
Mesmo sentindo todo o peso do mundo em minhas costas
eu preciso caminhar,
por isso eu me levanto.

Eu permaneço em pé.
Apesar de todos os baques e de todas as porradas
que levei até aqui,
é preciso continuar de pé.

Eu olho pra frente.
Mesmo tendo os olhos cegos pela insensatez
que se instalou aqui do meu lado,
é preciso continuar olhando para o horizonte.

Eu me rebelo.
Apesar de toda essa acomodação e
das mordaças que nos deram de presente,
é preciso continuar sonhando.

Eu insisto em continuar vivo
para ser livre e lutar.

Marquinho Mota

domingo, 21 de junho de 2009

Sorriso de nada ser


No céu, o sorriso do gato de Alice,
faz lembrar o quanto só estou.
Na retina, a impressão do sorriso do lagarto,
o olhar de questões sem respostas.
O tapete de estrelas descortinado na noite,
noite quente sem afagos, sem perfumes,
sem passos, sem pressa.
E o sorriso no céu continua a lembrar
solidão.. espera...imensidão.

Lumar(21/06/09)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sinto falta de uma estrela,
da tua boca,
de uma mulher.

Sinto falta de borboletas,
de umas tretas,
do que vier.

Sinto falta de bruxas,
de luas,
de polissílabos no liquidificador.

Sinto falta do cheiro,
do dinheiro,
do estalo,
do queimar.

Sinto falta da banda,
do todo,
do som,
do sóbrio.

Sinto falta do gosto,
de agosto,
do desgosto,
do desejar.

Sinto falta da alma,
da calma,
do elmo ,
do Ilmo Sr.,
da mulher que no molho me molha de colher.

Sinto falta de papel para escrever,
sinto falta.

Ainda bem que existem vestidos soltos pela cama.

Marquinho Mota, sentindo falta.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Loucos na noite

Importante é ter história,
sorrisos e brilho no olhar.
Importante é ver o resultado
do trabalho que se vive,
embora o que se faça
seja desconhecido do universo local.
E o universo não é tão grande.
Louco local, do tamanho do mundo.
Mundo sano pequeno, imenso insano mundo.
Importante é não só estar com pessoas,
mas compartilhar com as idéias delas.
Porque ser só, não é o estar só.
Pode ser o sol raiando o novo dia,
na essência de toda cor.

Lumar, Fabinho, Serginho e Pimenta (15/06/09)

Sangria

O que falarei depois disso?
O que falarei depois dos campos,
dos ares, depois dos camparis?
Depois da noite obscura?
Tinham duas pedras, depois tres,
e o obstáculo se fez.
As cores severas,
vermelhas na noite,
contraditórios branco e vermelho.
Coração de gelo.

Lumar e Fabinho (15/06/09)

Tempestade

A cortina de água diante dos meus olhos,
faz com que a solidão me desassossegue mais.
Faz com que a saudade estrangule meu peito
e uma gota de lágrima umedeça meus lábios.
Por que tudo tem que ser tão difícil?
Por que nossos sentimentos são menosprezados?
Chove.....
.... e dentro de mim um vazio,
um querer constante da tua presença.
Sinto frio, sinto tua falta,
sinto vontade de ser feliz.

Lumar (15/06/09)

Orgas.mos

O teu semblante estampado em meu rosto.
O reflexo do mesmo sentimento.
Dois seres com o mesmo sentido.
Dois seres perdidos e abandonados.
Dois seres que se encontraram.
Dois seres separados por convenções.
Dois seres em plena contradição.
Seres que por um momento se completaram
e que foram um para outro,
tão inteiros e tão contraditórios.

Lumar(12/06/09)

Cybermor

Na ponta dos dedos
o medo de não te ter mais,
a tensão de teclar letras e te chamar,
a vontade de percorrer cada pedacinho do teu corpo,
o desejo de apertar o botão do foda - se e te possuir.
Na ponta dos dedos, o poder.
Te desejo, te quero e te amo por um fio.
Apenas por um fio.

Lumar (11/06/09)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

quatrozeronove

A dança dos lábios e línguas...
Sabor de descoberta.
Os corpos em sintonia,
coração pulsando no ritmo do samba rock.
A magia se fazendo no momento exato do sentir.
Infinitas cores no céu do arquiteto.
Alma a flutuar olhando as estrelas,
estrelas dos olhos,
olhos de ébano.

Lumar (10/06/09)

Como Doi!!!!

Eu não tenho nada, além da paciência da espera.
Sinto como se a vida tivesse passado por mim
E ficado no passado.

Na verdade, eu não sinto nada.
Nem medo, nem fome, nem calor e nem frio.
Quer saber: o que eu sinto é nada!!!!!
E isso não importa e nem exporta
Meus sentimentos para Bangcok.

Agora eu tenho fome
E minha cabeça
Ainda dói depois que eu fiquei a noite inteira
pensando em nada.

Foda-se!!!!!!!!!
Perdi a paciência.

Marquinho Mota

Ausência

Sinto tua falta.
Cadê minha inspiração?
Meu segredo, meu medo que impulsiona.
Sinto saudades...
Saudades do teu cheiro, do teu beijo, da tua companhia.
saudades dos papos, dos goles, das gargalhadas por nada.
Sinto tua falta.
E minha inspiração não tem mais.

Lumar (09/06/09)

Extremos

Tão longe e tão perto.
Tão perto e muito distante.
Quase posso tocar o silêncio,
silêncio de palavras, olhares e gestos.
Tão perto que sinto o ar expelido
mas que não posso respirar.
Distante a ponto de não ter certeza que existe.
Distante que me deixa insegura, suspensa, sem chão.
Muito perto a ponto de sufocar,
bem perto que só falto morrer de tesão.
Mas a distância que se faz em abismo,
a ignorância do sentir,
faz com que seja intransponível o caminho.

Lumar (09/06/09)

Ajuruteua

A linha tênue entre o mar e o céu,
entre o ser e o estar,
entre estar e haver.
A linha que borda o linho,
o ninho do meu viver.

Lumar (05/06/09)

Eu

Me dou o luxo de voltar sempre ao ponto de partida.
De sempre ter um outro olhar, uma outra perspectiva,
um outro buscar, um outro ter e querer.
Me dar o prazer de sentir diferente,
de respirar outros ares,
de diferenciar o óbvio.
Hoje quero me presentear com o recomeço.
De por um ponto final na longa espera.
De me sentir inteira,
por completo.
E por mais complexo que seja,
ser Eu.

Lumar (04/06/09)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Entrelaços

A vida em torno do umbigo, o umbigo que une vidas,
vidas que se entrelaçam, laços que estreitam seres,
seres com sede de vida.
Lumar (06/06/09)

Merlot.

Preciso da tua caneta para escrever uma poesia.
Me falta tinta,
me falta um tinto,
me falta você.

Preciso de tua poesia para usar a minha caneta.
Me falta escrever,
me falta um vinho
pois toda vez que eu venho,
não te encontro.

Preciso de um sonho para escrever a minha poesia.

Preciso de você, minha inspiração.

Marquinho Mota