quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Banquete da Carne

O corpo em fuga pela cidade crua,
mas suas pernas não correspondem mais.
Seu cérebro endurecido pelo ódio e miséria.
Suas pernas sucumbem pelo cansaço,
e o corpo cai pelo impacto da bala perdida.

O festival de abutres no grande banquete da carne.
As vísceras sendo disputadas como medalhas,
expostas na grande vitrine da vida ou da morte.
Já não resta esperança, nem dor, nem cansaço.
Só restos de pele e carne...

Sem nome, sem identidade, sem espírito.
Restos mortais de um ser.
Ser sem sonhos, sem glórias, sem vitórias.
Vítima da fome, do medo, do vício..
Do vício de tentar viver.


Lumar (29/10/08)

terça-feira, 28 de outubro de 2008

No caminho da lua

Estou cansado de escrever
porque não tenho mais motivos
e meus ativos viraram passivos,
seja lá o que isso for..

Não quero mais correr
minhas pernas estão quebradas
e no mínimo eu sou o resto de dor.

A impotência me leva, é isso.
Idade, peso, distância...
O que será do meu amor amanhã???

Marquinho

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Minha Teia

Sua imagem gravada em minha retina,
seu cheiro impregnado em minha pele, nas minhas narinas.
Seu gosto em minha boca, na minha língua,
seu toque eletrizando meu corpo, minha pele.

Tento encontrar razão em meus sentimentos,
Solução para minhas dúvidas,
Sonhos que substituam sua ausência,
Lembranças que diminuam a saudade.

Tento fugir mas minhas pernas não correspondem,
minha cabeça diz não e o corpo inteiro grita que sim....

E sua imagem em minha retina,
e seu gosto em minha boca...
E.....


Lumar (27/10/08)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

CONCRETO

A chuva
*******c
********a
*********i
**********e
*********b
********o
*******s
O dólar

Eu paro.

Marquinho

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Não tire da minha mão esse copo,
não pense em mim, quando calo de dor.
olha meus olhos repletos de ânsia e de amor.
Não se perturbe e nem fique a vontade,
tira do corpo essa roupa e maldade.
Venha de manso ouvir,
o que tenho a contar,
não é muito, nem pouco, eu diria.
Não é pra rir, mas nem sério seria,
É só uma gota de sangue em forma verbal.
Deixa eu sentir muito além do ciúme,
deixa eu beber seu perfume,
embriagar a razão, porque não posso mais.
Quero você mais e mais que um dia....
Não tire da minha boca esse beijo,
Nunca confunda carinho e desejo.
Beba comigo a gota de sangue final.


Angela Rôrô

Moleque

A manga da camisa tem o gosto.
Da manga que comi ontem.
Não manga de mim, não.

Marquinho ( 16/10/08)

Espectro

Me olho no espelho,
cara amassada, cabelo desgrenhado,
resto do ontem que se foi.
Não reconheço quem sou.
Apenas vejo um espectro viciado em sentir, em ter, em querer.
Espectro vagante,
ponderando o errado do certo.
Espelho, espelho meu,
diga se tem alguém mais ridículo que eu?
Espectro sim.

sábado, 18 de outubro de 2008

Respir-Ação

Só dói quando eu respiro
Só dói quando eu me inspiro,
E expiro

Só dói quando a verdade é clara
E se mostra aos seus olhos
E quando as suas criticas chegam aos meus ouvidos

Quando o alvorecer chegar
E com ele as novas do oriente
Que ele traga consigo novas oportunidades
Para mim, para você e para os seus santos

Quando o crepúsculo vir
É melhor que toda a minha dor de extinga
Que a sua nobreza se esqueça
Que não exista mais beleza

Só dói quando eu respiro
Só dói quando a resposta não tem mais viço
Só dói enquanto eu sinto
Só dói enquanto eu vivo

Lucius Olliveira

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Silêncio

Silêncio de palavras,
Silêncio de alma,
Silêncio em mim.
Silencio quando não lhe vejo,
Silencio quando lhe perco,
Silencio enquanto saudade, solidão.
Silêncio....
Meu grito trava na garganta,
Minha súplica se perde na lágrima,
Meu medo ecoa, reverbera...
Trinca a verdade, a coragem, a magia.
Silêncio....
Minhas palavras morreram.
Lumar (14/10/08)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Rabiscos

No verso da folha tem um rabisco;
No olho da mulher que chora tem um cisco;
No aparelho de som toca um velho disco;
No passaporte do clandestino falta um visto.

Depois de ter visto o risco,
recorrer a um disco
para que em um rabisco
eu possa desenhar os olhos da mulher amada, sonhada
arriscada e atrevida.
Com todo o amor que toca um disco antigo.
Com todo amor que houver nesta vida

Marquinho Mota

Noite estranha

Nas sombras te vejo e não te acho
proucuro pedaços de você em sobras de arco-íris.
Porque você não está dentro de mim?

ontem tentei sentir tua boca e não encontrei,
busquei teu gosto e só senti saudades.
Durante horas tentei te encontrar no mundo dos sonhos;
te busquei pelas ruas e pelas amarguras
e nada encontrei, além de um vazio chamado onde?

Olha para o lado,
sinta o cheiro,
beba do gosto,
toque a pele...
E lá no fundo de tudo eu vou estar
esperando a chuva passar
como o sábio espera a hora chegar.

Marquinho Mota

Eu começo....

Eu começo e você continua,
mesmo que nunca mais apareça aqui,
mesmo que nunca mais seja assim,
mas esteja sempre dentro de mim
aqui ou em qualquer lugar
por que assim
eu começo e você continua,
na min ha boca e na tua,
não posso perder esta frase
muito menos esta fase
perto da tua boca que cala a minha alma
fusão que acalma
porque... eu começo e você continua.
Então todos vão embora
todos os medos e os segredos.
Tudo é novo, tudo é som,
e o que eu quero escrever
é muito mais do que está escrito aqui.
Por isso eu começo e você continua.

Kelly Torres & Marquinho Mota
Tua ausência doi em meu peito
É como o ar rarefeito
das noites veladas....
Histórias recontadas.

Nas veias, artérias,
Memórias,
Histórias
do nosso amor.

O amor é uma dor,
Pungente,
Latente,
delinquente.

E a dor do Amor
é como a flor que nasce no coração
numa ilusão de cor

Luz

Bato a porta e não encontro nada.
Acabou o encanto, acabou o perfume,
Tudo se perdeu.
Bato a porta...
Só resta lembranças, recordações, pedaços de canção,
Saudades do que não vivi.
Bato a porta...
E já não ouço mais, não vejo mais, não respiro mais....
Sou apenas,
Um resto de luz por debaixo da porta.


Lumar (12/10/08) Arapiuns

Feitiço da Bruxa

Sob o luar no tapete de estrelas,
sua mão em meus cabelos,
sua boca explorando meu corpo,
seu tesão explodindo em mim.
Sob o luar.....
Me perco em sensações e extase,
Me transporto sobre os rios,
Sorrio de encantamento,
E me deixo ser sua, só sua, só meu.....

Lumar (12/10/08) Arapiuns

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Ponto de Chegada

Com os pés cansados da caminhada
proucurei abrigo em teu colo,
descansei da viagem repousando no teu corpo,
saciei minha sede bebendo em tua fonte,
comi do teu amor apra aplacar minha fome
e sonhei em teus braços como fazem os puros.

Ainda vejo no horizonte
os planos que fizemos juntos,
as idéias que pensamos antes
e o amor que juramos viver.
Ainda vejo no horizonte
a felicidade que é ter você.

Marquinho Mota

DEPOIS

Depois de te ver, meu coração não quer parar.
Depois de te ter, meu corpo se solta no ar.
Depois de longas horas pensando em você,
não sei o que fazer além de imaginar
como será bom te verf novamente,
te ter completamente
e voltar a sonhar,
depois de te ter.....

Marquinho Mota

MEU JARDIM

Menina do vestido de flor
vem morar em meu jardim
que todos os dias te regarei
com meu amor e com perfume de jasmim.

Menina do vestido de flor
que desabrocha ao luar
proucurando entre outras flores
novas maneiras de amar.

Menina do vestido de flor
me diz onde foi parar
o balanço do teu corpo
carinhos na beira mar.

Menina do vestido de flor
boca com gostoo de mel
tua cor, teu sabor
meu pedacinho do céu.

Marquinho Mota

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Quero tua língua me degustando,
saboreando o néctar da flor
na mais bela forma de amor.
Vem beber da minha fonte,
vem ser meu que eu sou toda sua,
nua, desabrochada em gozo a luz da lua.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

d'javu

Veja, hoje teus olhos estão mais brilhantes
Tua pele está feliz
e minhas mãos sentem falta da tua companhia.
queria muito poder percorrer caminhos com você,
queria muito sonhar novamente ,
sonhar com o tempo que éramos livres e felizes
no tempo em que vivíamos para amar.

Marquinho Mota

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ópio

A passividade dos teus olhos bebados contrastam com tuas mãos ávidas,
Com teu corpo em sofreguidão.
O desejo enlouquecedor da dança dos lobos e dos vampiros....
Matriarca noite sem estrelas,
Sem lua, sem vento,
Só teus lábios macios sugando meu tesão de viver o irreal.
Por tantas vezes te busquei em sonhos,
E agora te encontro entre o limiar da loucura e da agressividade de animal encurralado....
E embora nunca mais te tenha com tanta intensidade e luxúria,
Ficarão gravados em minha pele
As marcas do teus imensos olhos bebados......

Lumar