terça-feira, 27 de abril de 2010

Noturna

Um momento quase por acaso.
Feito de sentimento, sou fato.
Embora a noite me embale,
não existe harmonia em mim.
Um instante entre o olhar do sol.
Sou essência e extremos.
Sou o que nunca percebi.
Um momento,
entre o estar e ser.
Um instante que há em mim.
Noite, abandono de medos,
dores que mostram o reflexo do espirito,
espelho que mostra a alma.
Sou fraco e forte,
sou humano errante,
sou assim.

Lumar (27/04/10)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Helena de Tróia

Infinitos dias,
inúmeras horas.
Sons que se propagam no trovão.
Luz que ilumina
e não apaga.
Seu sorriso estampado no tempo.
O brilho do olhar
que se expande no pensamento.
Palavras que nunca foram ditas,
recados deixados no coração.
Faz muito que não lhe vejo,
mas ficou em mim
a essência de si.
Helena guerreira....
Helena rainha!
A mão estendida,
espalmada de amor e compreensão.
Mestra da vida,
educadora e senhora.
Presente dos deuses,
em mim presente.
Lumar(16/04/10)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Resposta

No ocaso,

corpos entrelaçados,

como dedos das mãos que se encaixam

em uma simbiose perfeita.

No ar, cheiro de paixão,

desejo, tesão,

odores diferentes que se misturam,

química de sedução.

Mãos que viajam nas curvas do corpo,

transmitindo ondas que causam

arrepios, tremores, calor,

que deixam os pelos eriçados..

e o corpo querendo mais,

querendo sempre, mais...

e o gozo, reflexo oposto,

corpo em êxtase.... e

começar de novo, e de novo e de ..

Lumar (06/04/10)

Sem visão

Imagens distorcidas

enchem meu campo de visão.

Meus olhos estão turvos

pelas lágrimas, pelas máscaras,

pela cegueira da ilusão.

Me perco diante de tudo.

Vivo como se não fosse morrer,

esqueço que a vida corre na velocidade da luz.

Os fantasmas rondam meus passos,

perco o equilíbrio, os sentidos,

bebo do fel da incerteza,

como a parte podre do teu pão.

Tateio em vão pela porta e

encontro as janelas do porão fechadas.

Preciso de luz,

preciso de ar,

preciso sentir,

preciso estar vivo para sentir.

Preciso de ti.

Lumar (10/04/10)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Por que tem que ser assim?

As tintas do arco-íris morreram sobre minha mesa

e assim de repente meu mundo ficou preto e branco, cinza, fumaça...

Desde então, é assim que te trago, te fumo, te cheiro

e me estrago em uma película de Feline,

na pelica da luva que Lúcia usa

quando uiva para a lua.

E em sua vassoura

faz versos sobre o reverso do avesso;

Faz com que o fumo cheire

e a pele ligue a chuva ao chão.

Restam poucas cores na minha aquarela,

restam poucas nuvens com forma de flores.

Poucas fitas para assistir,

mas ainda me resta esperar você.

Chove chuva, chove.

Marquinho Mota