segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Miedo

O medo trava,
enclausura, retrai, mata.
O medo entorpece,
tira fome,
enrosca insone e entristece.
O medo tira o prazer,
de sentir, de ser, de se envolver.
O medo é a sombra,
é a linha tênue entre a sanidade e a loucura.
O medo é o impulso,
é o repuxo, o encolhimento.
O medo faz calar,
faz não querer, faz se perder.
O medo faz refém.
O medo de ser ninguém.

Lumar(27/12/08)

Confabulações Bruxológicas

Eis que estamos aqui!
Entre tragos e goles de cerveja,
Petiscos e bom papo.
Olhos espreitam
Silenciosos, passageiros, misteriosos....
Nada precisa ser revelado.
Nada precisa ser calado.
Eis que nos encontramos
No encantamento de fadas e gnomos.
E que fazemos da vida,
a mágica das palavras em poesia.
Que tornamos o impossível,
passível de ser vivido.
Que tornamos o distante,
o mais tangível, o mais táctil, o mais real.
E por um triz,
Vivemos o tênue limite do amor e ódio.
Humanos que somos!
Falíveis que somos!
Superáveis que somos!
Sujeitos as intempéries, ao efêmero.
Nada temo? Nada temes?
E... Vulneráveis.... Frágeis....
Surpreendemos na reviravolta,
Dando a volta, virando esquina,
retomando a vida por outro caminho.
Sim!! Queremos a chance de fazer valer nosso viver!
Fazendo juz a quê viemos,
Viver feliz pelo simples fato de estar vivo.

Lumar e Andrea Imbiriba (27/12/08)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Momento: um instante que a vida transforma em saudade.

Lumar(21/12/08)
Se embolássemos a linha do pensamento,
e transformássemos o curto espaço de tempo,
em linha atemporal.

Se abandonássemos nossos casulos,
e voássemos sem escudos,
com a pílula azul.

Se nos tornássemos mais que seres em extinção,
idéias em profusão, simbiose, mutação.

Se conseguíssimos voar além do espaço e tempo,
além de nossos próprios pensamentos,
seríamos enfim, um ser fatal.

Lumar(22/12/08)

Viagem

Tua língua percorre meu corpo,
Como se fosse as águas do rio
a lavarem a minha alma;

Me leva ao paraiso
E me transforma
No que de mais importante
existe na terra.

Tuas mãos passeiam em minha pele
como o vento que acalma o meu cansaço
depois de uma longa jornada.

Teus olhos me transmitem paz.

Marquinho Mota

Básica

O corpo pulsa
E a vida passa.
Passado, presente, futuro,
Sempre presente em nossas vidas,
No imperfeito do pretérito mais que perfeito.
A vida pulsa
E precisamos permanecer vivos
Até o dia da nossa morte.
E tenho dito.

Marquinho Mota

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Crianças ao pôr do sol

De repente tudo ficou brilhante,colorido,vibrante.
De repente o som se fez mais cristalino,
O sorriso espontâneo.
O brilho no olhar a cada descoberta,
O grito de alegria a cada surpresa.
Como por encanto o mundo ficou mais tolerável.
A magia da inocência, magia do crer,
Magia de aceitar tudo como realmente é.
Sonhos que cabem em um dia, em horas.
Felicidade traduzida em presentes.
Vida infinitamente feliz.

Lumar(16/12/08)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Cain- dô

Inveja teu nome é frustração,
por não ter pisado na lua primeiro,
por não ter inventado o fogo,
e não ter criado orion e o escorpião.

Inveja teu nome é medo,
de não saber viver simplesmente,
de não ter nada na mente,
de não saber voar além das asas.

Inveja teu nome é ódio,
de tudo que é diferente,
de tudo que é puro,
de tudo que é livre.

Inveja teu nome é desamor.
Vive com dor na consciência,
Sem ciência,
Inutilmente.

Inveja teu nome é medo,
da verdade,
da poesia,
da magia,
de viver.

Inveja teu nome é Ronaldo.
E eu quero ver você me demitir da minha vida.

Inveja, volte para o fundo das tuas minas de carvão.

Marquinho Mota

Para João Luca do Titi


A lata do João,
Tem moeda e tem tostão.
Tem cruzeiro e tem milhão.
E é de onde o papai comprou o pão.
A lata do João,
onde a vovó passou a mão.
Me deve R$6,00 mais a inflação.
Quer saber: Não tem nada não.
Porque a lata do João
É um lugar de comunhão.

Marquinho Mota

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Teus seios rijos chamam,
minha boca ávida delicia.

Meu membro duro quer,
tua boca quente dá.

Tua xoxota úmida pede,
minha língua sedenta bebe.

Teu corpo quente pulsa,
meu corpo faminto come.

Teu mar seco pede,
meu gozo pleno te invade.

Tua alma, viva,
minha alma, acalma.

Marquinho Mota.
Entre nós, o nada.
Entre nós, abismo.
Entre nós, solidão.

Entre nós, resquícios.
Entre nós, o vício.
Entre nós, tesão.

Entre nós, o medo.
Entre nós, perigo.
Entre nós, paixão?

Entre nós, caminhos.
Entre nós, destino.
Entre nós, senão....

Entre nós, a noite.
Entre nós, Lenine.
Entre nós, nós dois.

Lumar (05/12/08)

Shiiiiiiiiiii

E agora?

Te encontrar é um “risco”,

Teu beijo é um vício,

Te querer é constante.

Que fazer?

Correr na rua,

Esbravejar, gritar, enlouquecer???

Chutar o pau da barraca,

Aceitar meus sentimentos,

Correr pro teus braços

e deixar o mundo correr?

Confesso que não queria nada disso.

Só queria um pouco de emoção.

Mas meu coração desandou,

Sambou um samba diferente,

Me fez refém de teus braços,

De teus beijos e dos meus desejos.

E agora?

Fazer o quê?

Lumar (10/12/08)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

ILUSÕES DO AMANHÃ

ILUSÕES DO AMANHÃ

'Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim, que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar,
Sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um, o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo, que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer, eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.

PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE) aluno da APAE, chamado, pela sociedade, de excepcional..
Ele tem 28 anos, com idade mental de 15.
Se uma pessoa assim acredita tanto, porque as que se dizem normais não acreditam?
É por isso que são chamados de Especiais, só uma pessoa especial pode escrever desta forma.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Faz algum sentido?

Não consigo dormir, não consigo desacelerar o pensamento.
Não consigo colocar as idéias em ordem, as contas em dia, nem o ar nos meus pulmões.
Não consigo sentir o sabor do seu beijo, nem o calor dos seus braços, nem ao menos um aperto de mão.
Não consigo o gozo gostoso, o riso depois do choro e nem o vislumbrar da manhã.
E a minha vida sem sentido de ser....
Deve haver, algum sentido em viver.


Lumar(02/12/08)
Tecendo redes e rendas de ilusão e sentimentos,
enredados que estamos nesta trama de Hitchcock.
Procurando saídas, sem saber o que nos espera do outro lado da porta.
Sem saber o que nos resta fazer com a intensidade da luz.
Procurando saídas pelas trilhas e encruzilhadas,
Procurando respostas em Tábuas de línguas mortas,
Em tarôs, búzios e até nas mãos.
Buscando uma saída oculta que renda um pouco de ilusão.
Sem imaginar que as respostas se encontram,
no enredado enredo da vida,
como num samba de Noel.

Lú e Marquinho Mota
Difícil é saber o que te espera,
Atrás do muro, atrás da grade, no fim do túnel.
Difícil é saber se a história se repete,
Se o horizonte é tão distante quanto o teu sorriso.
Difícil é definir exatidão.
Exatidão de sentimentos.
Difícil é imaginar se me reconheces.
Difícil é dizer que a noite vem depois do dia,
Que o sorriso vem depois do choro,
Que tudo começa como termina.

Lumar (28/11/08)
Tem sangue no colchão,
Tem gota de suor nas minhas mãos,
Tem um doce no sabor da ilusão.

Tem a vontade ir
onde nunca fomos.
Tenho saudade de coisas que desconheço,
Tem vontade de ser o que somos.
Tem um pedaço de pão pra mim?

Tem notícias presas no ar,
Tem uma vontade louca de me calar,
Tem falta aguda de caviar,
Tem alguém que eu possa amar?

Tem roupas jogadas pelo chão,
Tem corpos soltos no ar,
Tem copos secos no balcão,
Tenho vontade de chorar.

Tem um louco na minha rua,
Tem um dragão dentro da lua,
Tem uma santa em meu altar,
Tem a última ponta pra matar.

Marquinho Mota
Quem falou que eu quero dar exemplo?
Quem disse que eu sou um bom exemplo?
Por exemplo: Quem foi o idiota que decidiu me seguir?
Seguir o modelo,
Aquilo que está no espelho.....
Espelho é o caralho!
O importante é derrubar os mitos.
Que belo exemplo é esse que eu tenho no espelho?
Tome qualquer coisa,
Só não tome como exemplo.

Marquinho Mota

Ab - sinto, Ab - sorvo

Vou voltar para o outro lado do rio.
Lá eu tenho paz e não sinto o frio
da solidão que a tua falta me faz.

Mas não hoje.

Hoje quero a noite como companhia,
quero escrever poesias a luz da lua,
e tomar absinto com as fadas e gnomos
que moram no meu quintal.

Um dia eu vou voltar para o outro lado do rio;
Lá onde as mãos que me tocam são quentes,
E as pessoas que me cercam são boas.

Mas esta noite não.

Quero hoje, comer o pão que o diabo amassou,
que é pra quando eu estiver do outro lado,
Eu saiba apreciar o manjar que o teu amor há de me oferecer.

Vou voltar em breve.

Marquinho Mota

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Negação

O que sou, o que serei?
Hoje, indiscutivelmente, não sei.
Estou onde estou, vivo tudo nesse momento,
Mas não faço parte disso.
Sou apêndice, sou aparte, entre vírgulas.
Realidade paralela.
Sou uma ilha em que posso ser o que não sou,
Sentir o que não sinto,
Dizer o que não vivo,
Ouvir o crivo do meu crivo.
E que dizer de tudo?
Não sou eu, não sou o que sinto, não vejo o que vejo,
E não vivo absolutamente nada.

Lumar(30/11/08)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Um real

Ainda resta um lugar pra onde ir,
Ainda resta um pôr do sol pra assistir.
Ainda resta uma vontade.

Ainda resta um arco íris pra botar mais cor.
Ainda resta uma saudade.

Ainda resta um caminho pra trilhar.
Ainda resta uma boca pra beijar,
Ainda resta...

Ainda resta um gole de cerveja,
ainda resta uma inspiração que diga: Escreva.
Ainda resta boa noite.

Ainda resta esperança.
Ainda resta um andar cambaleante de criança.
E ainda resta R$1,00.

Lú e Marquinho Mota (27/11/08)

Sangue Azul

Não sou parente de caneta.
Não vivo na sombra,
Nem bebo água fresca.
Meu ouro não veio de berço,
Nem sei quem é meu pai.
E aí mano:
Tá pensando que é fácil ser maluco??

Marquinho Mota
Saiba ser sábia.

A sabiá sabe!!!!



Marquinho Mota

Dolor

A dor não sangra,
Ela simplesmente explode, ecoa,
E esvai a calma.
A dor não para, difunde extremos,
desfaz ilusões e acaba com o medo.
A dor não cala, se expande,
Se retrai e se expande.
Acaba a calma,
Acaba o sorriso,
Acaba o corpo,
Acaba o tudo.
O tudo do nada.
A dor....

Lumar(27/11/08)
Não tenho lágrimas para chorar,
Não quero culpa.
Não vou me adaptar ,
E nem deixar de viver por você.
Não quero saber se
Vou rir ou chorar,
Não quero saber
Se vou beber ou jantar.

Marquinho Mota

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Cú da Gia

O que é mais estranho?
O desvio de verba ou o cú da gia?
A cobrança de postura ou o escancaramento de ser?
O que se ganha de forma ilícita ou o que se perde por ingenuidade?
O baile formado por 5% ou a festa da vaquinha?
Pois é, e ainda tem o garoto com fome que conta moedinha.
E ainda tem a garota de olho triste que troca seu corpo por um prato de comida.
E ela sendo a comida......
E ainda tem o sorriso roto, o arroto, o gosto de esgoto.
O que é mais estranho?
A empada sem azeitona,
O bolo sem a cereja,
A pizza emborrachada,
O açaí com grânola,
Ou a cueca recheada de dólar?
Ou mais e mais crianças se matando nas escolas.
Ou o cara que diz que ama e mata.
Será que vivemos o retrocesso da humanidade?
Ou vivemos apenas com um resquício de esperança,
num mundo que, a passos largos, volta a viver numa barbárie caos?

Lumar (22/11/08)

S.M.S.

Se tudo é adequação na forma simples de dizer sim ou não,
O que importa se minhas mãos tremem e meu rosto empalidece?
Esse é um jogo de peças marcadas, jogo de precisão.
Somos todos peças de um mesmo jogo.
Em todos os passos dados, como todos os dados viciados,
com nossos vícios escancarados, entre os perdidos e achados.... Amém!
Olhando a folha seca que na noite nos faz refém,
E quem se importa se minhas mãos tremem e meu rosto empalidece?

Lú e Marquinho (22/11/08)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Pouco tempo para muita vontade.
Pouca luz para muito brilho.
Pouca vida para muita necessidade
Muitas horas para pouco tempo.

E assim caminha a humanidade

Marquinho Mota

terça-feira, 25 de novembro de 2008

É vontade da vida que as dores da alma
Venha para fortalecer a existência.

Que as pedras no caminho
Venham pavimentar nossas estradas.

É vontade da vida
que os caminhos sigam rumos inesperados.

É vontade da vida continuar tentando.

Marquinho Mota

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Minha poesia não é amor
Mas hostilidade
Hostilidade que me revela
E que leva para longe
Toda a doce ilusão do que poderia ser viver.
Hostilidade que me revira do avesso
E me faz arrastar correntes pelas paredes nuas
“e lembrar do tempo em que eu sentia alguma luz.”
Do tempo que não precisava de leme,
Bastava sentir o vento.

Minha poesia é hostilidade a tudo isso que está aí.


Lú e Marquinho Mota

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Fim de tarde!

Olhando a tarde que se vai pela janela,
Deixando tudo com um vermelho acobreado.
Deixando a vida meio morna,
Deixando minha alma confusa.
Olhando o rio correndo lento,
Parecendo ter preguiça de chegar em algum lugar.
Fazendo com que a vida se torne longa,
Fazendo que eu me sinta estranha,
diante de tudo que tenho a fazer.
Olhando a vida pela janela,
Deixando-a vermelho acobreada,
Morna, lenta, estranha,
Permitindo enfado, tédios, colapsos depressivos...
Permitindo sonhos entrecortados com pesadelos.
Sem duendes, sem cavaleiro andante, sem príncipe encantado,
Sem bruxos, magos, feiticeiros.
E continuo olhando a tarde da vida que se vai ao longo do rio pela janela.

Lumar (19/11/08)

GENUFLEXÓRIO.


... E AS FERIDAS JÁ NÃO SARAM MAIS COM TANTA EFICIÊNCIA.

O MEU VÍCIO OBRIGA-ME A VENDER O MEU CORPO NA ESQUINA
E MINHA MENTE NAS IGREJAS.
PEQUEI PORQUE ACHEI
QUE O PECADO ME FARIA FORTE.

... E MINHAS MÃOS JÁ NÃO PRODUZEM FLORES TÃO BELAS QUANTO ANTES.

E O BRILHO DO MEU DELÍRIO
PERMANECE OPACO
COMO O BRILHO TRISTE
DA MAIS TRISTE ESTRELA
QUE BRILHA DENTRO DOS MEUS OLHOS.

...E AS FERIDAS NÃO SÃO MAIS AS MESMAS

NÃO SEI POR QUE NA MINHA RUA
AS PESSOAS NÃO SE FALAM MAIS
E O CIRCO QUE EXISTIA DENTRO DE NÓS
É TÃO SOMENTE AGORA
UMA VELHA LONA ABANDONADA.

...E AS CICATRIZES AINDA SÃO IGUAIS.

É O MEU SANGUE QUE ROLA
PELO FURO DA BALA.
SÃO IDÉIAS VAZIAS
CAINDO NA VALA.
MINHAS MÃOS TRÊMULAS
TENTAM SEGURAR TUA FALA.
É UM FUMO QUE BOLA,
É UMA LATA DE COLA
NO MEIO DA SALA.
E EU SOU O ANJO QUE DORME,
QUE VIVE E QUE MORRE
NA TUA CALÇADA.

...E AS CICATRIZES JÁ NÃO SE FECHAM MAIS.



MARQUINHO MOTA

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Tem dias na vida que não vale a pena ser vivido.
Doi o pé, doi o bolso, doi a dor de estar vivo.
Tem dias na vida,que me bastaria ter,
Um metro de corda,
Uma cachaça,
E um banquinho.

Caminhos dificies de andar,
Estrada sem a luz do luar,
Meu corpo sem teu carinho...
Eu quero muito hoje,
Um metro de corda,
Uma cachaça,
E um banquinho.

Do outro lado da rua,
O velho olha pela janela,
Falta feijão, falta arroz,
Falta carne na panela...
E pra quem vive sozinho,
Tem dias que só mesmo tendo,
Um metro de corda,
Uma cachaça,
E um banquinho.

Marquinho Mota
A noite teus olhos sombrios,
Os dentes escarnados em busca de sangue.
Vampirismo, exorcismo, exatidão..
Procura de nada, em busca de tudo,
Enfim, o fim....
E o nada se faz com toda precisão,
Que o sim se faz não,
E a solidão!

No dia teu beijo me acorda,
Teu cheiro me chama pra vida.
Teus lábios molhados,
Teu suor salgado,
Me trazem a luz, querida.
E o sim se faz pleno,
Perfeito, nas suas mãos.

A noite meu sono não vem.
E meus sonhos estão além daqui.
Sensações estranhas,
Manias, manhas,
Nada que me faça dormir.
Quero Sodoma e Gomorra,
Máfia da Camorra,
E nunca comente isso com ninguém,
É o fim!

Lú e Marquinho (17/11/08)

Nós os nós

Um dia, um amor, um lugar.
Uma noite, nós dois, o amor.
Um sorriso, um olhar,uma esperança.
As mãos, o corpo, o tudo em mim.
Um lugar desconhecido, meu corpo em detalhes e descoberto.
Teu carinho.....
Teus lábios roçando meus seios,
Me elevando, te revelando.
Nós perdidos numa noite sem nós....
Nós perdidos numa noite a sós....
Nós desatando nós.

Lumar (17/11/08)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A terra é azul, Gagarin.
O tesão é azul, Pfizer.
A realidade é azul, Neo.
A fase é azul, Rodin
E tudo de ruim se perde quando se mergulha na imensidão do azul...

No azul do infinito dos olhos de quem se ama;
No azul do infinito de quando a lua chega
No infinito... na imensidão
Mas tudo acaba no vermelho
Dos olhos azuis assassinos
No vermelho da vergonha escancarada da injustiça, da covardia
No vermelho do sangue que escorre da garganta dos excluídos
No vermelho do sangue que bombeia o coração de tudo.

Tudo é azul,
Mas sempre termina no vermelho
Do sangue que pulsa no coração.


Lúcia e Marquinho.

Acordo mal feito

Esta tb é do Marcondes.

Acordo Mal Feito.

Nossa vida foi sempre assim:
Eu cobrando dela e ela cobrando de mim
Um acordo entre nós foi feito
Ela disse: me acompanharás
Mas só se for desse jeito.

E quando eu sorrir sorrirás comigo
E quando chorar chorarei contigo.

Porém com o passar do tempo
e a poeira que trás o vento
o trato por nós acertado
aos poucos foi arruinado

O que fazer? Posso pensar....
O que começou com cobrança,
só pode terminar errado.


Marcondes Correia.

Falta de eclipse.

Esta é de um grande amigo da gente aqui do blog. Aproveitem, pois ela foi feita sob a inspiração da lua cheia. Valeu Marcondes.

Falta de eclipse.

Pedi em casamento a lua
Estava ela no céu
E eu na rua
Disse-me ela: “caso contigo,
Mas da aprovação de outro
Astro preciso.
O sol é meu amante antigo,
encontro-me com ele
Só ocasionalmente, mas
Troca-lo-ei por ti se
Estiveres sempre presente.”

Marcondes Correia.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Cuíra

Olha, coça, ri,
finge que dorme, engole seco, se mexe.
Olha, coça, ri o sorriso do Coringa,
levanta, anda, toma água,
pergunta besteira,
deita, olha, coça e ri........
Égua da cuíra, mano.

Lumar(13/11/08)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

APENAS ISSO

Amor que me faz feliz
Amor que é tudo que eu sempre quis.

Amor que eu chamo de meu,
Amor que em mim nasceu e cresceu.

Amor que eu quero ter,
Amor que afaga meu ser.

Amor que me acalma,
Amor que faz sorrir minh'alma.

Amor que me seduz,
Amor que em nada me reduz.

Amor que eu sempre quero,
Amor que por fim eu espero.

Amor que me encanta nua,
Amor na sombra da lua.

Amor, apenas isso.

Marquinho Mota.

No fio da navalha....

A equilibrista entra no picadeiro,
sob aplausos e assovios longos.
Começa a subir as escadas para o topo da lona.
No ar denso de fumaça e tensão,
Seus olhos se acostumam com a escuridão e medo.

E sem rede de proteção, sem apoio para as mãos,
Ela começa a sua caminhada, que não é uma linha,
E sim um fio de navalha, afiada e vazia.
Suspiros, suspense, indagações...
Atravessará ela ou não?

O medo a encoraja, a sobrevivência lhe embala,
Tremendo seus pés se vão...
E de repente como se fosse sua amiga e confidente,
Uma serpente se faz presente para enfim ser seu bastão,
Sua guia de mão.

Mas a serpente de repente entre suas pernas se enfia,
Roçando, se esgueirando, tirando sua atenção.
E ela não sabe se confia ou se grita,
De medo, de loucura, de ilusão,
Não quer simplesmente acabar no chão.

Seus pés sangram, sua cabeça gira,
E ela totalmente sem visão.
A platéia grita enlouquecida,
Onde vai parar a equilibrista,
Onde sua vida vai dar?

Enfim uma luz brilha quente e colorida,
E a equilibrista louca de dor, se atira confiante.
E a platéia enlouquecida grita,
Aplaude e assovia...
Viva a vida da equilibrista errante!!!!!!

Lumar (11/11/08)

RAP-IN-NHO

Tem muita gente neste mundo
que não sabe o que quer,
tem mulher que quer ser homem
e homem que quer ser mulher,
tem quem prefira ouvir Calypso
do que um bom disco de Tom Zé


Tem preto que vira branco
tem cobra que quer ter pé
Ateu que crê em deus
cristão que não tem fé
bezerro que não gosta de leite
Paulista que não bebe café.

Tem muita gente gente neste mundo
que não sabe o que quer
Tem gente que é vascaino,
flamenguita e paulistano
mas que na verade
gostaria de ser corinthiano....


Tem gente que fala de amor,
que vive de amor
que acredita no amor...
mas é gente que eu não boto fé,
porque tem muita gente neste mundo
que não sabe o que quer.

Não boto fé na miséria
não quero sumir na maré
acredito em cada um
Jorge, Nívia, Marilena,
Mônica, Guadalupe e André
Tirando estes viventes,
acreditem minha gente,
Tem muita gente neste mundo
que não sabe o que quer

Tem gente que vive de poesia,
tem gente que vive pensando em dinheiro
fazendo a alegria dos porcos capitalistas,
mas podes crer meu irmão
que da minha ideologia eu não arredo pé ,
por que tem muita gente neste mundo
que não sabe o que quer.

Mas acima de tudo minha gente
é preciso amar ou não é?
É preciso viver feliz,
falar "isso foi eu quem fiz",

viver como Jorge e Ruth
até hoje marido e mulher
pois acredite tio Raimundo
Tem muita gente neste mundo
Que não sabe o que quer.

Jorginho e Marquinho Mota

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Finito Corpo

Olhos vendados, mãos atadas,
E o medo ali.
Pernas quebradas, corpo dobrado,
E a violência ali.
Costas lanhadas, mente esgotada,
E o medo continua ali.
E a ferida exposta, aberta....
Expelindo sangue, mágoa, dor, podridão.
Expelindo tudo que não foi processado,
Desespero por não ter sido amado,
Incompreendido, combalido, injustiçado.
O corpo convulsionando,
A respiração entrecortada e ofegante,
O mundo girando devagar, parando.
A visão de tudo que era em vida,
O brilho da faca, o risco tecido,
O riso perdido, o dente encardido,
Apagou a luz, finito.

Lumar (11/11/08)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Fênix Dourada

Observo a poeira em suspensão
No feixe de luz que atravessa o quarto.
assim como eu,
Enfado.

Sonhos que não se fazem,
Tristeza que não se vai.

Observo a poeira em suspensão
No feixe de luz que atravessa o quarto.
Assumo a rédea da minha vida,
Tomo - a em minha mão,
Escancaro a janela,
E grito: Refaço.

Não sou mais marionete,
Não sou mais quem não se conhece,
Não sou mais quem pede vida,
Simplesmente: Renasço.

Lumar (10/11/08)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Noite sem fim

Quando chega a noite tenho um encontro marcado com a solidão.
Solidão de pessoas;
Solidão de palavras;
Solidão de verdade;
Solidão que só trás saudades;

Quando chega a noite vou jantar com a indiferença.
Indiferença que fere;
Indiferença que mata;
Indiferença que amordaça;
Indiferença que faz doer o coração.

Quando chega a noite durmo com o desprezo.
Desprezo que corroi;
Desprezo que machuca;
Desprezo que não fala;
Desprezo que dói.

Quando chega a noite, tenho vontade que não amanheça,
Por que esta é uma daquelas noites que nunca chegam ao fim.

Marquinho Mota

terça-feira, 4 de novembro de 2008

No dia do nosso amor
senti teu corpo e teu beijo
senti teu desejo saboreando meu sexo
Teu tesão era imenso
e nesse momento
minha boca saboreou o teu gosto
O teu rosto queria mais
minha língua te dava além

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Espelho da Alma

Olhos pedintes, olhos famintos, olhos na escuridão.
Olhos que sofrem, que choram, que suplicam, olhos do furacão.
Olhos que rastreiam, que vagueiam, que espreitam o que há por vir.
Olhos que odeiam, que incendeiam, que implodem sentimentos de ser.
Olhos que não vêem, que não sentem, que serpenteiam feridas e estopins.
Olhos que secam, que flecham, que matam só por não existir.
Olhos espelhos da alma,
Olhos do fundo do poço......



Lumar (03/11/08)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Banquete da Carne

O corpo em fuga pela cidade crua,
mas suas pernas não correspondem mais.
Seu cérebro endurecido pelo ódio e miséria.
Suas pernas sucumbem pelo cansaço,
e o corpo cai pelo impacto da bala perdida.

O festival de abutres no grande banquete da carne.
As vísceras sendo disputadas como medalhas,
expostas na grande vitrine da vida ou da morte.
Já não resta esperança, nem dor, nem cansaço.
Só restos de pele e carne...

Sem nome, sem identidade, sem espírito.
Restos mortais de um ser.
Ser sem sonhos, sem glórias, sem vitórias.
Vítima da fome, do medo, do vício..
Do vício de tentar viver.


Lumar (29/10/08)

terça-feira, 28 de outubro de 2008

No caminho da lua

Estou cansado de escrever
porque não tenho mais motivos
e meus ativos viraram passivos,
seja lá o que isso for..

Não quero mais correr
minhas pernas estão quebradas
e no mínimo eu sou o resto de dor.

A impotência me leva, é isso.
Idade, peso, distância...
O que será do meu amor amanhã???

Marquinho

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Minha Teia

Sua imagem gravada em minha retina,
seu cheiro impregnado em minha pele, nas minhas narinas.
Seu gosto em minha boca, na minha língua,
seu toque eletrizando meu corpo, minha pele.

Tento encontrar razão em meus sentimentos,
Solução para minhas dúvidas,
Sonhos que substituam sua ausência,
Lembranças que diminuam a saudade.

Tento fugir mas minhas pernas não correspondem,
minha cabeça diz não e o corpo inteiro grita que sim....

E sua imagem em minha retina,
e seu gosto em minha boca...
E.....


Lumar (27/10/08)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

CONCRETO

A chuva
*******c
********a
*********i
**********e
*********b
********o
*******s
O dólar

Eu paro.

Marquinho

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Não tire da minha mão esse copo,
não pense em mim, quando calo de dor.
olha meus olhos repletos de ânsia e de amor.
Não se perturbe e nem fique a vontade,
tira do corpo essa roupa e maldade.
Venha de manso ouvir,
o que tenho a contar,
não é muito, nem pouco, eu diria.
Não é pra rir, mas nem sério seria,
É só uma gota de sangue em forma verbal.
Deixa eu sentir muito além do ciúme,
deixa eu beber seu perfume,
embriagar a razão, porque não posso mais.
Quero você mais e mais que um dia....
Não tire da minha boca esse beijo,
Nunca confunda carinho e desejo.
Beba comigo a gota de sangue final.


Angela Rôrô

Moleque

A manga da camisa tem o gosto.
Da manga que comi ontem.
Não manga de mim, não.

Marquinho ( 16/10/08)

Espectro

Me olho no espelho,
cara amassada, cabelo desgrenhado,
resto do ontem que se foi.
Não reconheço quem sou.
Apenas vejo um espectro viciado em sentir, em ter, em querer.
Espectro vagante,
ponderando o errado do certo.
Espelho, espelho meu,
diga se tem alguém mais ridículo que eu?
Espectro sim.

sábado, 18 de outubro de 2008

Respir-Ação

Só dói quando eu respiro
Só dói quando eu me inspiro,
E expiro

Só dói quando a verdade é clara
E se mostra aos seus olhos
E quando as suas criticas chegam aos meus ouvidos

Quando o alvorecer chegar
E com ele as novas do oriente
Que ele traga consigo novas oportunidades
Para mim, para você e para os seus santos

Quando o crepúsculo vir
É melhor que toda a minha dor de extinga
Que a sua nobreza se esqueça
Que não exista mais beleza

Só dói quando eu respiro
Só dói quando a resposta não tem mais viço
Só dói enquanto eu sinto
Só dói enquanto eu vivo

Lucius Olliveira

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Silêncio

Silêncio de palavras,
Silêncio de alma,
Silêncio em mim.
Silencio quando não lhe vejo,
Silencio quando lhe perco,
Silencio enquanto saudade, solidão.
Silêncio....
Meu grito trava na garganta,
Minha súplica se perde na lágrima,
Meu medo ecoa, reverbera...
Trinca a verdade, a coragem, a magia.
Silêncio....
Minhas palavras morreram.
Lumar (14/10/08)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Rabiscos

No verso da folha tem um rabisco;
No olho da mulher que chora tem um cisco;
No aparelho de som toca um velho disco;
No passaporte do clandestino falta um visto.

Depois de ter visto o risco,
recorrer a um disco
para que em um rabisco
eu possa desenhar os olhos da mulher amada, sonhada
arriscada e atrevida.
Com todo o amor que toca um disco antigo.
Com todo amor que houver nesta vida

Marquinho Mota

Noite estranha

Nas sombras te vejo e não te acho
proucuro pedaços de você em sobras de arco-íris.
Porque você não está dentro de mim?

ontem tentei sentir tua boca e não encontrei,
busquei teu gosto e só senti saudades.
Durante horas tentei te encontrar no mundo dos sonhos;
te busquei pelas ruas e pelas amarguras
e nada encontrei, além de um vazio chamado onde?

Olha para o lado,
sinta o cheiro,
beba do gosto,
toque a pele...
E lá no fundo de tudo eu vou estar
esperando a chuva passar
como o sábio espera a hora chegar.

Marquinho Mota

Eu começo....

Eu começo e você continua,
mesmo que nunca mais apareça aqui,
mesmo que nunca mais seja assim,
mas esteja sempre dentro de mim
aqui ou em qualquer lugar
por que assim
eu começo e você continua,
na min ha boca e na tua,
não posso perder esta frase
muito menos esta fase
perto da tua boca que cala a minha alma
fusão que acalma
porque... eu começo e você continua.
Então todos vão embora
todos os medos e os segredos.
Tudo é novo, tudo é som,
e o que eu quero escrever
é muito mais do que está escrito aqui.
Por isso eu começo e você continua.

Kelly Torres & Marquinho Mota
Tua ausência doi em meu peito
É como o ar rarefeito
das noites veladas....
Histórias recontadas.

Nas veias, artérias,
Memórias,
Histórias
do nosso amor.

O amor é uma dor,
Pungente,
Latente,
delinquente.

E a dor do Amor
é como a flor que nasce no coração
numa ilusão de cor

Luz

Bato a porta e não encontro nada.
Acabou o encanto, acabou o perfume,
Tudo se perdeu.
Bato a porta...
Só resta lembranças, recordações, pedaços de canção,
Saudades do que não vivi.
Bato a porta...
E já não ouço mais, não vejo mais, não respiro mais....
Sou apenas,
Um resto de luz por debaixo da porta.


Lumar (12/10/08) Arapiuns

Feitiço da Bruxa

Sob o luar no tapete de estrelas,
sua mão em meus cabelos,
sua boca explorando meu corpo,
seu tesão explodindo em mim.
Sob o luar.....
Me perco em sensações e extase,
Me transporto sobre os rios,
Sorrio de encantamento,
E me deixo ser sua, só sua, só meu.....

Lumar (12/10/08) Arapiuns

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Ponto de Chegada

Com os pés cansados da caminhada
proucurei abrigo em teu colo,
descansei da viagem repousando no teu corpo,
saciei minha sede bebendo em tua fonte,
comi do teu amor apra aplacar minha fome
e sonhei em teus braços como fazem os puros.

Ainda vejo no horizonte
os planos que fizemos juntos,
as idéias que pensamos antes
e o amor que juramos viver.
Ainda vejo no horizonte
a felicidade que é ter você.

Marquinho Mota

DEPOIS

Depois de te ver, meu coração não quer parar.
Depois de te ter, meu corpo se solta no ar.
Depois de longas horas pensando em você,
não sei o que fazer além de imaginar
como será bom te verf novamente,
te ter completamente
e voltar a sonhar,
depois de te ter.....

Marquinho Mota

MEU JARDIM

Menina do vestido de flor
vem morar em meu jardim
que todos os dias te regarei
com meu amor e com perfume de jasmim.

Menina do vestido de flor
que desabrocha ao luar
proucurando entre outras flores
novas maneiras de amar.

Menina do vestido de flor
me diz onde foi parar
o balanço do teu corpo
carinhos na beira mar.

Menina do vestido de flor
boca com gostoo de mel
tua cor, teu sabor
meu pedacinho do céu.

Marquinho Mota

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Quero tua língua me degustando,
saboreando o néctar da flor
na mais bela forma de amor.
Vem beber da minha fonte,
vem ser meu que eu sou toda sua,
nua, desabrochada em gozo a luz da lua.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

d'javu

Veja, hoje teus olhos estão mais brilhantes
Tua pele está feliz
e minhas mãos sentem falta da tua companhia.
queria muito poder percorrer caminhos com você,
queria muito sonhar novamente ,
sonhar com o tempo que éramos livres e felizes
no tempo em que vivíamos para amar.

Marquinho Mota

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ópio

A passividade dos teus olhos bebados contrastam com tuas mãos ávidas,
Com teu corpo em sofreguidão.
O desejo enlouquecedor da dança dos lobos e dos vampiros....
Matriarca noite sem estrelas,
Sem lua, sem vento,
Só teus lábios macios sugando meu tesão de viver o irreal.
Por tantas vezes te busquei em sonhos,
E agora te encontro entre o limiar da loucura e da agressividade de animal encurralado....
E embora nunca mais te tenha com tanta intensidade e luxúria,
Ficarão gravados em minha pele
As marcas do teus imensos olhos bebados......

Lumar

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Fragmentos.

Tua pele, teu calor
Minha boca, tua flor
Minhas mãos, teu topor
Tua língua, meu amor.

Teu cheiro, minha viagem
Teu corpo nu, minha miragem
Teus seios, minha vontade.

Teu sexo, minha ida
Teu amor, minha vida
Minha Kelly, teu Marquinho
Meu sonho, teu carinho.

Marquinho Mota

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Coração sangrando

Onde está você que não me escuta?
Onde estão seus olhos, que continuam perdidos no horizonte e não me vêem?
Onde estamos nós, que não nos encontramos mais com o mesmo sentido?

Perdemos o brilho nos olhos, o frio na barriga, o tremor nas pernas,
o ato de surpreender...
Perdemos a poesia do pôr do sol, do nascer da lua, do sorriso espontâneo.
Perdemos o sabor do beijo molhado, do amasso no sofá,
do amor feito às pressas no café da manhã.

Costurar sonhos, imagens, sentimentos, emoções vividas e produzidas,
Não é fácil e nem solução...
Mas que fazer com o que sobra do amor??????

Guardar no fundo da alma para sobreviver as intempéries?
Ou deixar que se vá, para que a saudade faça com que renasça e refloresça?

Decifra – me ou devoro – te !!!!!!


Lumar Abril/06

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Pra você ( aquele que não pode ser mencionado)

E o mundo parou....


Parou no momento
em que a minha boca sugou a sua....
Quando nossas mãos ávidas procuravam aconchego;
Quando nossos corpos em puro êxtase se fundiram....



E o mundo parou.....


Por um ínfimo de segundo,
achei que esse momento mágico iria ser para sempre.
Só esqueci que para sempre não existe.



Então aí......


O mundo parou..... e caiu.


Lumar(22/09/08)

sábado, 20 de setembro de 2008

Lua linda e nua
Se tu não fosses minha
eu talvez seria tua.
Tua eterna companhia.

Marquinho, o kaxorro.
Tenho fases como a lua.
Fases de ficar em casa,
fases de andar na rua...

Lú Lisboa

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Desencanto

(essa na minha opinião, é uma das mais bonitas poesias da língua portuguesa. Vida longa a Manoel Bandeira)

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.-

Eu faço versos como quem morre.
Manoel Bandeira

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Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.
— Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.

Esta é pra Lúcia, minha fada madrinha!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Hoje o mundo não me pertenca mais,
você levou quando partiu.
Perdi as rédeas, as trilhas, as........
rumo pra que? pra onde???
quer saber, estou cansado, estou caindo,
estou aqui.
Quem sabe um dia eu volto,
ou melhor, quem sabe num dia eu vou,
E vôo solo, no chão.
Ao alcance de tua mão
perto de tu...........

Marquinho Mota

EU GOSTO DE QUALQUER PALAVRA.

Somente um louco percebe no escuro a luz que não passou, a luz que ficou,
Há luz aqui????
Quem pode dizer ao louco que a luz não passou aqui???
Ou até entender a luz ausente???
Quem pode dar a luz, já que Deus disse: Que se faça a luz?"
Quem vai iluminar todos os sonhos todas as noites???
Gritos, risos, soluços; então, quem é louco? o criador ou a criação??"
- Veja, Ontem eu te vi chorar, agora quero te ver sorrir, como a luz das nossa vidas...
"Mãos, chãos, roupas, canhões.
então, não sou moço não.
conheço o pecado de Adão, mas não quero mais ser comparado a cidadão
Pois esta é a criatura sem imaginação...
Quero ser louco, quero revolução,
quero ser homem, homem Adão, errar todo dia sem prestar atenção.
Que venha a luz.
A luz e o perdão, para homens sem porteiras, temendo a escravidão.
Assim termina esta poesia e continuamos sãos.

Paulo Cametá e Marquinho Mota

Terrenos


Quanto tempo faz que estamos andando?
Quantos mais terrenos para andar?
Percorrer caminhos tortuosos,
Caminhos que não levam aos céus....

Quero caminhar nos teus vales,
Beber na tua fonte,
Dormir no teu colo.

Cola em mim, mas me deixa caminhar, viver amar...
Te amar.


Marquinho.

Pegadas...

Pés que calçam, pés descalços
Pés que vão para qualquer lugar.
Pés gordinhos, pés sozinhos.
Pés que são pegadas da alma real.
Pés.. nós levam, nos trazem, nos mostram
Mundos, almas, histórias, paisagens, músicas... pés...
Que equilibram, que participam
Que são simplesmente, realmente pés...
Na planta dos pés.....

Lumar (13.09.08)
Sabe quando trocava-mos bilhetinhos a toa
E que nossa vida se pautava em palavras de amor?
Pois é!....
Talvez a vida nos tenha mostrado o reverso do inverso do verbo amar
Sabe quando nossos olhos cruzavam o horizonte e o luar
E o simples fato de respirar nos tornava ser real?
Pois é!......
Hoje em dia a vida nos mostra dois lados, dois sentidos, duas medidas.
Hoje longe de tudo, dois sentidos,
Dois infinitos.
Hoje sem ser repartido, sem laços, sem sentidos...
Somos um, sem saber o porquê...
E sem saber somar.

Lumar (13.09.08)
Meu corpo é só seu
Minha boca busca seu beijo
Minha alma voa procurando a sua.
Sinto saudades....
Quanto tempo nos separa de uma vida????
Quanta vida se vive em um segundo???
Quanto desperdiçamos sem saber na verdade o que queremos?
A vontade de ter você me surpreende,
O querer estar junto me estrangula.
Não sou passado nem presente, sou ausência,
Vou buscar o que eu não quero neste momento
Peço corpo sobre corpo,
Minha língua na sua;
Meu ser por osmose no seu...
Seu, para sempre, sua...

Lumar (13.09.08)

In-Mundo

E então, o vinho virou sangue
E a necessidade de matar foi crescendo....
foi crescendo...
Até se tornar homem.
As pontas de cigarros no chão,
e os espelhos na parede desta cela
Transformavam este corpo em algo podre e vil.
E eu fui sobrevivendo assim:
Meio homem, meio bicho,
Caminhando por este chão de estrelas
Com as pontas viradas para cima.
“- Me desculpem, minha voz falhou

E eu não consigo lembrar de nem uma palavra mais....
É tanta droga no meu cérebro que já não sei quanto tempo faz que você está ai, chorando expelindo, exorcizando...”
E o jogo se aperta,
Você está em xeque-mate e não pode voltar para casa
Cheire!!!
Cheire toda esta imundice que se enfileirou sobre o espelho,
Cheire o mundo e sinta que não somos nada,
Cheire as lágrimas do meu filho e sinta que o mal prevaleceu.
Tem uma criança dentro do espelho.
Tem um espelho solto no ar...



Marquinho Mota - 1998

tempo

Quanto tempo leva um piscar de olhos?
Quanto tempo leva um pensamento?
Quanto tempo leva um beijo roubado?
O tempo exato da plenitude da luz.
O momento certo para que a vida se torne plena,
O sentido p ara que você possa se sentir feliz...
A vida passa a ser aquilo que você determina para ser feliz.

Lumar (13.09.08)
Te sinto no vento, nas ondas que me levam para os teus braços,
Que me abraçam, que elevam, que me fundem no céu.
Te sinto na lua,
Que brilha em meus olhos, que reflete na água,
Que invade de luz.
Te sinto sempre,
E toda a ausência me diz,
Sou nada sem sentir.

E nada sentindo, sinto muito
E muito não é nada perto do que eu não sinto.
Queria que você estivesse aqui,
Para ver o rio,
Sentir o vento, ou sentir nada.
Nada importa, quando você não está aqui.


Lú & Mar

Quero fuder com a Poesia!! e gozar.....

Sei que minha morte está anunciada.
Vou Morrer.
Isto é definitivo.
Todos morrem.
Mas, sinceramente, eu queria ter escrito as poesias que Fernando Pessoa escreveu,
Amado as mulheres que ele amou,
usado as drogas dos Campos que ele usou.
Mas eu não sou Fernando Pessoa,
e sinceramente, meu Anjo não se chame Augusto,
prefiro Augusta.
Quem sabe um dia chegarei perto dele,
e falarei sobre a metafísica,
quem sabe eu passe perto da Tabacaria,
e veja o dono sorrir.
Mas eu não sou Fernando Pessoa,
Nem tenho Anjo da guarda,
Mas eu tento...
É o que me resta no País do carnaval....
Desculpem-me... acabou a breja


Marquinho Mota

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Que nome se dá????


Eu não consigo pintar,
Eu não consigo escrever,
Eu não consigo cantar....

Não quero escrever por escrever...
Quero escrever minha alma,
Quero escrever os perfumes que eu sinto,
Escrever o simples fato de acordar....

Quero a cor que dá a vida...

Quero a vida que dá cor...

Quero a vida de cor....