quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Água descendo pela garganta
Molhando as palavras secas que você guardou pra mim.
Preciso de mais, preciso de ar, preciso ir.

Água molhando o pé da planta
descendo pela terra onde você me jogou
por me querer amarrado
de mãos atadas
vivendo a sua vida
sem ter como sentir.

Água me levando longe.
Água me fazendo sonhar.

Marquinho Mota

Tatoo

..... quando vi você
meu coração bateu forte no peito e...
não tinha mais jeito
vi brotar de repente um
sentimento diferente
com gosto de quero mais
sua voz em meus ouvidos
soava como canção antiga
de lembrança fulgás
sua história com a minha parecia
e seus sonhos completavam os meus
seu corpo no meu corpo seria
tatuagem que a vida deu.....

Lumar (30/09/09)

Lavando a alma

Olho através da janela em movimento,
o rio que passa preguiçosamente, lento e sereno.
Por dentro ebulição....
Remoendo sensações,
reinventando histórias, imagens, sons.
Levando na correnteza,
mágoas, rancores, mau amor.
Lavando a alma....
No rebuliço da marola,
a canoa rebola,
e a vida se expande em profusão.

Lumar

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Compondo Cumplicidade e Paisagem

Para Marquinho (22/09/09)

Tu que chegas de Santarém
trazes os póros inflados de rio.

Eu que sempre estive em Belém
te ofereço meus olhos lavados

No fogo monstro dos crepúsculos.

Mocorongamente bebes a tarde
e ao anoitecer estarás de mãos dadas
com a estrela maior de tua constelação.

E eu ao teu lado, copo em punho,
alma ereta nas entranhas desta vida
que nos fere e é ferida.

Sou teu irmão de longa data, e gerados e
paridos na mesma placenta poética
agrupados no mesmo campo de batalha
comcatendo contra os morteiros do tédio
e os fuzis da solidão... Nossa guerrilha lírica.

A arma como sabes é a poesia
e a munição é a paixão
e pelo que vejo
estás bem municiado.

Meu amigo, é isso que os poetas precisam:
de uma paixão, boa bebidae mil amigos
Para que se torne palpável e comum
a utopia do infinito.

Sandro Barbosa.
Uma dor de chorar,
uma vontade de abraçar,
um caminho.

Uma ponta pra queimar,
uma cerveja pra tomar,
uma partida.

Um lugar pra voltar,
uma boca pra beijar,
uma rede.

Marquinho Mota

Só saudade

Como se não houvesse lugar nenhum.
Nenhum instante.
Rancor, penar, não sinto.

Sinto somente o ar.

Não há brisa, não há luar.
Só a luz que pisca amarela,
como se não quisesse iluminar.

Noite escura,
de bola na caçapa,
sem capa, a caça.

O celular insistente,
o barulho no lugar da voz,
e o dedo a teclar à distancia.

O copo vazio,
papéis rabiscados pelo chão.
O corpo meio estático, frio.

A retina sem nenhuma cor,
ausência de sorriso,
e a saudade à explodir dor.

Lembranças povoam a solidão,
a alma à espera da costura dos sonhos,
tentando conciliar a loucura de estar são.

Lumar(22/09/09)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sergeniando

Minha carne exposta
na vitrine da vida.
Meu pensamento colocado
ao lado da imposição do normal.
Tenho olhos que buscam o inacessível.
Os pés que buscam
o que não consigo alcançar.
As mãos vazias de afago e socorro.
A vida correndo ao largo.
O tempo impreciso
e o infinito se faz.

Lumar(16/09/09)

Passional

Perdoa - me por ficar indiferente.
Perdoa - me por ficar ausente na tua dor.
Perdoa - me por buscar outros passos,
espaços, parênteses de dissabor.
Perdoa - me por não te agradecer suficientemente.
Perdoa - me por ter penetrado tua mente.
Perdoa - me por ter te privado de viver feliz.
Perdoa - me por tentar seguir em frente.
Perdoa - me por ser assim.

Lumar(17/09/09)

Sentindo falta

Sinto falta do apertar dos dedos na hora do medo.

Sinto falta do olhar indicador do que fazer.

Sinto falta das palavras do nada dizer.

Sinto falta do tempo estreito em teus braços.

Sinto falta do discorrer das línguas embaralhadas
de sentidos e sentimentos ocultos.

Sinto falta do teu calor na cama,
do trançar de pernas,
da comunhão.

Sinto falta de ar,
sinto falta de chão.

Sinto falta de mim,
sinto falta de ti.

Lumar(16/09/09)

Madrugada contigo

Ouvi teus passos
e tua voz ecoou em mim.
Respirei teu cheiro
e teu ar expelido bem devagar.
Senti teu corpo pesando
e o instinto me conduzindo a flutuar.
Prazeres adormecidos,
afloraram com o sabor dos beijos.
Mãos escorregando em curvas, protuberâncias
e pelos suados.
Redemoinhos...
Sons inaudíveis e incomparáveis.
Cores explodindo no espaço
Sonho, acordei no vazio.
Lumar(16/09/09)

A porra da cachaça

Não tenho pressa,
mas tenho um preço e me prezo por isso.
Não tenho casa,
mas tenho acasos e não sei pra que sirvo.
Não tenho cor,
mas sei de cor tudo o que vomito.
Sou absurdo,
sou absinto,
e quem liga pra isso?

Marquinho Mota (12/09/09)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sopa de letrinhas

misturei as letras do alfabeto

e minha saudade escreveu teu nome

num estranho dialeto.


consoante e vogais

se encontraram casuais

e contaram os meus ais.

.

eu estava um trissílabo:

Tristeza!!


me perguntava em dissílabo:

Quando????


e perdida me achava em você!!!!

Lumar(10/09/09)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Casa da Amélia

Cheiro de café fresco,
cheiro de terra molhada.
Gosto de ginja, caju, graviola.
Gosto de arroz com farinha.
Cheiro de jasmim dos seus cabelos,
cheiro de assucena,
cheiro de por de sol.
Riso de crianças,
rosado de amor.
Lembranças da infância,
imagem do portão
escancarado para o rio.

Lumar(09/09/09)

Passo a passo

Ando para que as amarras da intriga não me peguem.
Ando para que o tudo se faça presente.
Ando para que nada se estagne.
Ando para que possa respirar outros ares.
Ando.......
E o mundo dá voltas........
Voltas que me envolvem.
Ando, para dar o passo para voar e ser feliz.

Lumar(28/08/09)

Dia longo

Preguiça de pensar, raciocinar.
Preguiça de levantar
o corpo, o moral.
Preguiça..........
e o dia mal começou.
A cama como imã,
retém seu cheiro, seu calor.
Como posso levantar?
Dia longo de suspiros,
de desculpas,
por não ter coragem de viver.

Lumar(08/09/09)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sete vidas

Ciclos, círculos, circos.
Poses, caras, exposições.
Momentos em tempo de pausa.
Crescente, cheia, minguante, nova.
Lua, nova lua, nova Lú.
Sete passados, sete círculos,
sete ciclos, sete instintos,
sete de três.
Ciclos, círculos, circos.
Palhaços que somos do teatro da vida.
Vida exposta, vida refletida,
Vida lunar.

Lumar(06/09/09)

Raios lunares

Sem gnomos, pirilampos, duendes.
Sem borboletas no jardim.
Mesmo assim a lua continua a iluminar.
Insiste em fazer minha sombra me assombrar.
Ilumina o sorriso etéreo.
Ilumina o rio, a vala, a lama.
Rastro prata em qualquer lugar.
Não importa se triste,
não importa se sujo,
não importa se mau.
Ela, magnânima, ilumina a vida,
deixando que os sonhos
se embalem no vento frio da noite.

Lumar(05/09/09)

Sorrir

Sorria sempre!!!!!!!!!
O sorriso liberta,
o sorriso escancara.
O sorriso é o escangalhar de sentimentos.

Lumar
Minha inspiração
me leva a ação,
me joga e estira no chão,
me expõe com a mão,
Ah! minha inspiração.

Lumar(um dia qualquer)

H. Q.

São incontáveis e insubstituíveis as histórias de vida.
As dúvidas relativas de viver.
Como saber que direção tomar na bifurcação?
Como saber qual é a sensação de não sentir o que se é?
Que fazer com o que resta?
Viver constantes: Segue! Pare! Pense!
E o tempo nem a favor e nem contra.
O tempo seguindo seu ritmo.
O tempo retendo seu tempo,
até o tempo de não mais estar/ser.

Lumar(em algum tempo)

Big Bang

Estrela que todos os dias brinca com o sol,
faz brilhar o caminho que leva ao amor,
o caminho que faz feliz o meu coração.

Estrela que brinca de viver, que sonha...
Que flutua em notas musicais
reproduzindo o som da criação
a cada respirar seu.

Estrela azul,
minha bela estrela azul...
Mora comigo no infinito do meu quarto....

Minha pequena estrela que pulsa...

Marquinho Mota

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sem


Há algo de podre no reino da Dinamarca,

que ainda não encontramos

por que não temos passaportes.

que falta de sorte nascer aqui.



Há algo de podre na ante-sala

onde recebo as pessoas

não sei se sou eu ou a visita.



Há algo de podre em Brasília,

bem no coração.



Acho que hoje eu não estou inspirado.



Marquinho Mota