quarta-feira, 6 de maio de 2009

Desencanto

essa poesia já foi postada no blog, mas sempre vale a pena relembra Manoel Bandeira.


Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...

Dói-me nas veias.
Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.-
Eu faço versos como quem morre.

Manoel Bandeira

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