terça-feira, 16 de setembro de 2008

In-Mundo

E então, o vinho virou sangue
E a necessidade de matar foi crescendo....
foi crescendo...
Até se tornar homem.
As pontas de cigarros no chão,
e os espelhos na parede desta cela
Transformavam este corpo em algo podre e vil.
E eu fui sobrevivendo assim:
Meio homem, meio bicho,
Caminhando por este chão de estrelas
Com as pontas viradas para cima.
“- Me desculpem, minha voz falhou

E eu não consigo lembrar de nem uma palavra mais....
É tanta droga no meu cérebro que já não sei quanto tempo faz que você está ai, chorando expelindo, exorcizando...”
E o jogo se aperta,
Você está em xeque-mate e não pode voltar para casa
Cheire!!!
Cheire toda esta imundice que se enfileirou sobre o espelho,
Cheire o mundo e sinta que não somos nada,
Cheire as lágrimas do meu filho e sinta que o mal prevaleceu.
Tem uma criança dentro do espelho.
Tem um espelho solto no ar...



Marquinho Mota - 1998

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