segunda-feira, 6 de abril de 2009

TORPOR

Caminho exausta sobre um chão de rosas e sangro rubi.
Seguro o meu coração que é de cristal
E não o deixo cair.
Fios brancos anunciam o meu crepúsculo
E revelam a fragilidade de minha existência,
Suposta maturidade!

Meu coração de cristal...
Meu temperamento difuso,
Estado de torpor,
Tanta insensatez...
Me dá um desespero o Juízo final...

E no meio da minha solidão a tempestade!

Não...
Não quero envaidecer teu coração de menino,
Mas tocar de mansinho o coração do homem
Que vejo e sinto como se já fora meu!

Esse assombro que me toma a madrugada
Rasga o meu sexo,
Aquece o cálice do meu corpo e sinto a dor do ato literal
E nunca fomos um!
Oh...quanto pecado em sonho!

Diga que é loucura.
Quero mesmo o desvario
Quero mesmo estar no cio
Voraz,
Em brasa,
Apaixonada e louca.

Posso e quero
Imaginar teus dedos
Delineando os meus lábios
Meus ombros
Meus seios e adiante...
Sem pressa e sem cansaço.
Essa inquietude de agora,
Prefiro isto a não ter nada!

Deixa...deixa eu dizer...
Deixa eu te perturbar
De vez em vez
Sem ser demais
Sem invadir os teus domínios...
Só à ti quero dizer...
Posso calar meu pensamento,
Mas quero muito
Que o meu desejo seja o teu.
Juro,
Queria a cura para o meu delírio,
Mas creio estar perdida.
Dá-me um rumo!
Saiba,
O teu medo é a minha dor.

Vem,
Dê-me a tua aurora
E toma o meu coração de cristal...

Andréa Imbiriba
Santarém, 19 de fevereiro de 2007.

Um comentário:

Marquinho disse...

UAAAAAAAAAAAAUU!!!!!!!!!!!!